O Álbum da Copa do Mundo já se tornou um fenômeno cultural e mundial. Ele desperta curiosidade, engajamento e interação entre crianças, jovens e adultos, tudo aquilo que buscamos estimular no ambiente escolar.

Como educadores, falamos constantemente sobre aprendizagem significativa, interdisciplinaridade e sobre como é desafiador ensinar estudantes inseridos em um mundo cada vez mais digital e acelerado. No entanto, seguimos deixando de aproveitar contextos reais e altamente motivadores, como o álbum da Copa, para transformar o cotidiano escolar em uma experiência viva de aprendizagem.

É hora de mudarmos esse olhar.

O papel da equipe gestora

Cabe aos coordenadores e diretores pedagógicos o papel fundamental de abrir caminhos, orientar e inspirar o corpo docente na construção de propostas que deem sentido às vivências dos alunos. A chegada da Copa do Mundo de 2026 e, com ela, o tradicional álbum de figurinhas, é uma oportunidade concreta para que a gestão promova:

• Reuniões pedagógicas que incentivem os professores a planejarem atividades a partir desse interesse coletivo.
• A criação de sequências didáticas interdisciplinares alinhadas às competências gerais da BNCC.
• A valorização da curiosidade, da socialização e da aprendizagem ativa como princípios formativos.

Potenciais pedagógicos do álbum

Desde a Educação Infantil até os Anos Finais, o trabalho com o álbum de figurinhas pode desenvolver inúmeras habilidades cognitivas e socioemocionais:

• Matemática: contagem, classificação, ordenação, construção de tabelas e gráficos, estudo do sistema de numeração decimal.

• Linguagens: leitura de nomes próprios em diferentes idiomas, identificação de textos informativos e jornalísticos sobre a Copa, produção de pequenos textos sobre seleções e jogadores.
• Geografia e História: estudo de bandeiras, localização de países no mapa, identificação dos continentes, curiosidades culturais.
• Competências socioemocionais: cooperação, negociação, respeito às regras, pertencimento e senso de responsabilidade coletiva.

Além disso, é possível criar postos de troca de figurinhas na escola, promovendo convivência, autonomia e resolução pacífica de conflitos.

Um alerta necessário

Quando retiramos ou proibimos o uso do álbum nas escolas, perdemos uma excelente oportunidade de aproximar o currículo da vida real dos estudantes. Muitas vezes, emitimos circulares advertindo que “a escola não se responsabiliza pelas figurinhas perdidas”, quando poderíamos planejar um trabalho potente, prazeroso e intencional.

Como gestores, temos a responsabilidade de direcionar o olhar pedagógico da equipe para as possibilidades e não apenas para as regras. Um simples álbum pode se tornar um poderoso instrumento de aprendizagem, convivência e engajamento.

Que em 2026, as escolas não apenas recebam os álbuns, mas também abram espaço para que eles se tornem parte do processo educativo.

Léia Costa – Mente Gestora