AVALIAR COM INCLUSÃO: O PAPEL DA GESTÃO PEDAGÓGICA NO CUIDADO E PERTENCIMENTO DOS ESTUDANTES
Sabemos mais de educação do que os psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos.
Sim, essa frase é provocativa e precisa ser. Ela convida à reflexão e à retomada de um lugar que, pouco a pouco, a escola vem perdendo.
Nos últimos anos, tenho observado um enfraquecimento da equipe escolar, diretores, coordenadores e professores, e uma transferência indevida de autoridade para profissionais que atuam com os estudantes fora do contexto escolar. É urgente reorganizar esse equilíbrio.
O desenvolvimento humano é, de fato, complexo e multidimensional. É um campo que exige a colaboração de diferentes áreas do saber. Psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, professores e famílias, todos têm contribuições valiosas.
No entanto, a escola não pode se ausentar de suas certezas, princípios e funções. Quando o discurso externo se impõe sobre a prática pedagógica, sem diálogo e sem compreensão do cotidiano escolar, o processo educativo perde coerência.
Em muitas reuniões, temos visto profissionais externos ditando normas, levantando o tom de voz e exigindo da escola o cumprimento de funções terapêuticas, funções que não pertencem ao campo educacional.
Mas, vejamos: um aluno passa, em média, 25 horas semanais na escola e cerca de duas horas no consultório. São contextos distintos, com dinâmicas, objetivos e vínculos diferentes. Ignorar isso é distorcer a função da escola e desconsiderar o papel essencial dos educadores.
Hoje, é comum encontrarmos uma mesma turma com três ou mais programas pedagógicos personalizados, criados a partir de relatórios externos. Quando foi que a escola deixou de ser um espaço coletivo? Como manteremos a qualidade e a identidade do ensino se cada sala se fragmentar em dezenas de planos educacionais individuais?
Esse cenário é insustentável. Professores e coordenadores estão exaustos, confusos e desmotivados. Por isso, cabe à equipe gestora, diretores e coordenadores, assumir a liderança pedagógica, fortalecer o grupo docente e recolocar a escola no centro das decisões educacionais.
É papel da gestão:
Precisamos retomar o nosso lugar de especialistas em educação. Estudar, nos posicionar com coragem e exercer nossa autoridade com serenidade e embasamento.
Os profissionais da saúde são parceiros, não condutores. Cada um tem seu papel e o da escola é educar, com intencionalidade, sensibilidade e método.
Estamos nos perdendo em modismos e diagnósticos, quando deveríamos estar nos fortalecendo em práticas pedagógicas consistentes e atualizadas.
Chegou a hora de acordar, reposicionar e liderar.
A escola tem voz, tem conhecimento e tem missão.
É tempo de tomar as rédeas e conduzir novamente o processo educativo com consciência e autoridade.
Léia Costa – Mente Gestora
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